O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba), o deputado estadual Marcelo Nilo retirou da ordem do dia, nesta quarta-feira (9), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 148\2015 e o Projeto de Lei 21.631\2015. Ambas as propostas retiram direitos garantidos constitucionalmente aos servidores públicos do estado. As matérias serão avaliadas pelas comissões da Casa, nesta quinta (10), às 18h30 e provavelmente serão votadas novamente a partir do dia 7 de janeiro.

Apesar de terem sido impedidos de entrar na Casa no período da manhã, os servidores fizeram uma intensa manifestação do lado de fora da Assembleia no período. A tarde, lotaram a galeria e o salão do plenário. Com faixas, bandeiras, cartazes e gritos de guerra os trabalhadores mostraram o seu repúdio aos cortes do governador Rui Costa.
Ruindades
A PEC 148\2015 retira do servidor o direito de receber mais de 1\3 do salário durante as férias. De acordo com a norma atual, quando o funcionário público sai de férias ele recebe o seu salário, além de no mínimo 1\3 a mais. Caso a proposta seja aprovada, esse valor será o máximo que os trabalhadores poderão receber.
Já o projeto de lei suspende a concessão de licenças prêmio. A partir do momento que for sancionada a lei, esse direito é revogado para os novos servidores e os que ainda tiverem acesso ao beneficio terão que usufruir da licença em no máximo cinco anos. Caso não o façam, perdem totalmente esse direito e não poderão vender o período de trabalho ao governo.
A coordenação do SINTAJ acredita que a não votação dos projetos seja uma estratégia do governo. “Nós não entendíamos porque a PEC seria votada após o PL, já que o projeto regulamenta a proposta. Do nada agora a tarde o presidente da Alba descobriu esse erro e retirou da pauta. Nós temos que ficar alertas. Não foi do nada que eles descobriram esse erro. Eles viram essa mobilização e resolveram adiar para janeiro porque no olhar deles a categoria vai estar desmobilizada, favorecendo a aprovação com facilidade. Temos que ficar alertas para que assim que forem colocados em votação nós derrubarmos esses projetos”, avisou o coordenador geral do SINTAJ, Antônio Jair.
“Os servidores mostraram força a ponto de fazer o governo recuar. No entanto, acho que é um recuo estratégico para em um momento de menor mobilização tentar passar a pauta por cima da vontade dos servidores. Nós temos que ficar antenados”, afirmou o coordenador intersindical da entidade, Dionizio Jânio.

